Educando para Competências – Paulo Roberto

Há muitas definições de competência, algumas mais objetivas, outras mais complexas, mas talvez pudéssemos simplesmente conceituar competência como a incorporação efetiva de uma habilidade ou capacidade potencial de uma pessoa. Todo ser humano possui uma quantidade enorme de habilidades e capacidades potenciais, que aguardam apenas que ele se aproprie delas para transformá-las em algo que será utilizado cotidianamente em suas atividades na vida. A esse algo, que vai se materializar como um processo ou uma ferramenta de uso contínuo na realidade desse individuo, chamamos competências.

Talvez o grande desafio do ensino nos dias atuais é proporcionar a possibilidade de nos apossarmos daquilo que somos, daquilo que possuímos, daquilo que está em nós, mas muitas vezes não reconhecemos. Até a nossa liberdade parece sujeita a esse processo de apropriação do que já é nosso.

Podemos classificar as competências humanas em duas categorias básicas: as  instrumentais e as sutis. Dentre as instrumentais, aquelas diretamente ligadas ao fazer acontecer, estão as cognitivas, as técnicas e as competências relacionais. Nos bastidores dessas competências instrumentais estão dois tipos de mais sutis que vêm ganhando mais espaço nas preocupações de pesquisadores e educadores desde a década de 1980: as emocionais e as existenciais ou espirituais.

Existe uma necessidade urgente de desenvolvermos as nossas competências emocionais como a base de sustentação para o uso eficaz das intelectuais e relacionais, mantidas em equilíbrio através do conhecimento que nos traz uma nova visão de como o Universo funciona e qual o nosso papel na evolução da vida em nosso planeta. Precisamos refletir sobre práticas simples, pragmáticas, inovadoras, capazes de viabilizar uma educação continuada para professores que privilegie o desenvolvimento de mestres que sejam líderes autônomos e aglutinadores, pelo seu modo de ser e conviver com seus aprendizes.

Cada categoria de competências exige um grupo de processos específicos, que chamamos de “inteligência”, para sua transformação a partir das habilidades natas de cada ser humano. Um dos maiores estudiosos contemporâneos da inteligência humana é o psicólogo e professor de Harvard, Dr. Howard Gardner que, após ter divulgado o conceito de Inteligências Múltiplas em 1983, ampliou seus estudos no livro Inteligência – um conceito reformulado. Foi a partir do conceito de inteligências múltiplas, que pressupõe a existência de várias inteligências e não apenas da lógico-racional avaliada nos testes de Q.I. (Quociente de Inteligência), que os pesquisadores empreenderam um contínuo desenvolvimento do conhecimento dos processos de aprendizagem. E é baseado nas Inteligências Múltiplas que podemos compreender melhor como se dá a aquisição de competências nos processos educacionais.

Mais adiante falaremos da inteligência existencial – ou espiritual – como embasamento de todas as nossas competências.

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