Qual o papel da educação infantil na construção da empatia, da inteligência emocional e da moralidade humana? Como aprimorarmos a gestão das emoções durante a infância? Qual o papel das escolas na prevenção da violência?
Neste vídeo cujo título é “A neurociência da Justiça reparadora”, o neurocientista inglês Daniel Reisel, relata sua experiência no estudo da violência. Sua pesquisa sobre os cérebros de psicopatas criminosos busca as raízes psicológicas e físicas da moralidade humana.
“Normalmente, adquirir um comportamento moral faz parte de nosso crescimento, como aprender a falar. Aos seis meses de idade, praticamente todos nós somos capazes de diferenciar objetos animados e inanimados. Aos 12 meses, a maioria das crianças são capazes de imitar as ações voluntárias de outras pessoas. Por exemplo, sua mãe levanta as mãos para se alongar, e você imita este comportamento. No começo, não é perfeito.
(…) Pouco a pouco, construímos as fundações do cérebro social e, quando temos três, quatro anos de idade, a maioria das crianças, não todas, adquiriram a habilidade de compreender as intenções das outras pessoas, o que é outro pré-requisito da empatia. O fato de que a progressão do desenvolvimento é universal, independentemente de onde você vive ou a qual cultura você pertence, sugere fortemente que as fundações do comportamento moral são inatas.
(…) Os anos iniciais são cruciais. Parece que há uma janela de oportunidade, depois da qual o domínio de questões morais se torna mais difícil, como adultos aprendendo um idioma estrangeiro. Para não dizer que é impossível. Um estudo recente e incrível da Stanford University mostrou que as pessoas que jogaram um jogo de realidade virtual no qual elas assumiam o papel de um super-herói bondoso e voluntarioso, tornaram-se mais carinhosas e voluntariosas em relação aos outros depois.
Fica clara em sua exposição a importância da educação emocional desde a mais tenra infância para a formação de pessoas emocionalmente equilibradas, empáticas e capazes de lidar com suas dificuldades e frustrações. Aponta também para a possibilidade de recuperação daquelas que, em não tendo desenvolvido essas competências emocionais, possam ter recuperadas suas funções de empatia e moralidade.
Quanto a inteligência emocional tem sido trabalhada nas escolas, nas famílias e no dia a dia das relações em nossa sociedade? O quanto nos preocupamos com a recuperação emocional e social com aquelas pessoas que enveredaram pelo caminho da violência?
2 comentários
Fiquei muito feliz em saber sobre a possibilidade de alteração do cérebro na idade adulta. Sempre ouvi o contrário e nunca me conformei muito com isso, já que não é condizente com a criação perfeita de Deus que somos nós.
Parabéns pelo excelente trabalho e conteúdo Paulo.
Olá Andrea! Pois é, é difícil, mas não impossível. Exige dedicação e disciplina. Vários trabalhos mostram isso com, por exemplo, Yoga, hipnose e Ho’Oponopono. Um abraço!