Compare o tempo que você investiu até aqui para seu aperfeiçoamento técnico e no desenvolvimento de competências cognitivas para o trabalho com o tempo investido para o desenvolvimento de competências emocionais.
Tempo para se autoconhecer, para interpretar suas emoções, entendê-las, reler seu passado com o conhecimento de hoje, gerenciar seus impulsos, cuidar de não absorver emoções negativas que não lhe pertencem, cultivar a beleza e o amor que outras pessoas lhe dedicam todos os dias, curtir os momentos na companhia de quem você ama, em desenvolver seu lado artístico não relacionado ao trabalho.
Quanto tempo você tem investido nas reflexões sobre o sentido da vida, seu propósito na vida e do que você tem feito com todo esse conhecimento que incorporou durante anos de estudos e práticas? Quais têm sido suas missões neste curto espaço de tempo vivido neste planeta? O que acontece quando nos despedimos desta dimensão existencial?
Mas não fique preocupado se a diferença entre o tempo investido para o desenvolvimento de sua maturidade lógico-racional e técnica for imensamente superior ao tempo dedicado para sua maturidade emocional e espiritual: esse é o padrão da grande maioria das pessoas da nossa atual civilização industrial.
Usamos tanto tempo para adquirir conhecimentos sobre o mundo externo que muito pouco sobrou para o autoconhecimento e as reflexões superiores sobre nossa esfera existencial. Acontece que esse enorme desequilíbrio, entre a evolução intelectual e o pouco desenvolvimento emocional e espiritual, leva a um aparente paradoxo: quanto mais sabemos explicar o mundo à nossa volta, menos usamos esse saber em prol da construção de nossa sabedoria e da felicidade humana. Quanto mais a ciência traz subsídios que explicam racionalmente o mundo que nos rodeia, mais nos sentimos inseguros, tristes e oprimidos.
Quanto mais temos informações sobre o que aconteceu na história do Homem e do que hoje acontece em cada canto do mundo em tempo real, mais nos submetemos a sistemas de domínio que usam a emoção e a descrença como mecanismos de controle sutis. E esses mecanismos funcionam devido à nossa ignorância em compreender o funcionamento de nossa mente e à importância de nossa visão existencial para nossa autonomia na vida.
Os sistemas político e econômico não mais nos subjugam pela falta de informações ou pelo poder do saber técnico-científico como no passado. Hoje eles usam a fragilidade de nossa pouca autonomia emocional e a descrença e insegurança provocadas pela falta de competência das pessoas em acreditar nas leis que coordenam a vida e o funcionamento do Universo, leis essas que ainda não conhecemos, mas que se expressam claramente na evolução do Cosmos. Leis que nossa intuição alcança e compreende, mas que, como nossa mente racional ainda não consegue explicar, resistimos em aceitar.
Quais os principais campos de competências? Como as competências emocionais podem ser úteis ao ensino e ao sucesso escolar?
Veja nas figuras abaixo um resumo feito por Daniel e Michel Chabot no livro “Pedagogia Emocional”.
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