Como explicar quadros a uma lebre morta (1965 Joseph Beuys)

É isso mesmo: “How to explain pictures to a dead hare” (1965 Joseph Beuys) “Como explicar quadros a uma lebre morta” (tradução livre) foi uma performance do artista alemão durante a abertura de sua instalação em um museu em 1965.

quadrosA performance foi bastante contestada e divulgada à época. Beuys cobriu seu rosto com mel e folhas de ouro e caminhava pelo museu explicando suas obras para a lebre.

Um dos mais simbólicos artistas da arte conceitual, Beuys foi um dos criadores do movimento fluxus. O idealizador deste movimento, George Maciunas disse que o movimento queria “promover uma inundação revolucionária e uma maré na arte, promover a arte viva, a anti-arte”.

O movimento da arte conceitual contestava o que era entendido como arte. O conceito de que “tudo é arte” contrariava os grandes teóricos e filósofos da arte que à transformavam em algo genial e complexo.

Daí uma das críticas abordadas na performance de Beuys em abertura de sua instalação. O termo “explicar arte” aparece no titulo do trabalho e no gesto de Beuys com a Lebre no colo. Bem, se haveria necessidade de “explicar arte” então ela não era acessível à todos, exigia-se uma formação mínima para sua compreensão, algo que contraria a ideia de democracia de acesso, entendimento e execução da arte. Algo que a arte conceitual contrariava. Com a palavra o próprio artista:

       “Para mim, a Lebre é um símbolo da encarnação, algo que ela realmente representa – algo que um ser humano só pode fazer na imaginação. Ela cava construindo sua própria casa na Terra. Assim ela se reencarna na própria Terra: Que por si só já é notável.
O mel na minha cabeça naturalmente tem a ver com o pensamento. Enquanto os humanos não têm a capacidade de produzir mel, eles têm a capacidade de pensar, para produzir ideias.
O mel é indubitavelmente um substância viva – pensamentos humanos também podem ter vida, por outro lado intelectualização pode ser mortal para o pensamento: pode-se levar outras mentes à morte na política ou na academia.” (Joseph Beuys)

 

 

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