Como pensamos? (Parte 3 – Memória) – Paulo Roberto

Vamos marcar o fato de que nossa memória registra tudo que está ocorrendo, conscientemente ou não, ao nosso redor. Portanto, dependendo das situações e lugares em que me coloco, posso estar recheando minha memória de boas recordações ou de péssimas lembranças. Só como exemplo, é muito comum as pessoas irem para o trabalho logo pela manhã ouvindo no rádio do carro notícias muito ruins. Mesmo que ela não esteja consciente, o processamento dessas informações está em atividade na sua mente, gerando emoções ruins.

A pergunta é simples: isso afetará seu “estado de espírito”, seu humor, quando ela chegar na empresa? Como ela chegará ao seu trabalho: energizada ou desenergizada?

Esse simples hábito de ouvir más notícias pode “programar” seu comportamento no trabalho e este, por sua vez, gerar um ambiente incômodo para você mesmo? Pense sobre isso!

Vamos ver um gráfico simplificado do que conversamos até aqui:

MemóriaVeja que nossa ação consciente começa somente quando o sentimento gerado pela emoção de nossa referência do já vivido retorna como estímulo. Por isso nossos avós pediam para que contássemos até dez antes de agir. Se estivermos, como frequentemente estamos nos dias de hoje, no chamado “piloto automático”, reagiremos a uma nova realidade da mesma forma que sempre fizemos em uma situação semelhante do passado.

Por exemplo, se eu conheço alguém e essa pessoa tem o mesmo nome de uma outra que me deixou más lembranças no passado, corro o risco de transferir para esse alguém que acabei de conhecer a mesma personalidade do seu homônimo. Se estou presente e atento, mesmo que a emoção do nome gere um sentimento ruim, poderei perceber que essa não é aquela pessoa do passado e abrir um novo registro em minha memória para esse homônimo.

Sabemos que a agitação mental, na qual a maioria das pessoas de grandes centros urbanos se encontra, provoca uma perda de atenção e o nosso pensar automático se transforma num verdadeiro “piloto” automático, que passa a dirigir nossas vidas, dando a impressão de que nada de novo acontece em cada novo dia.

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