Muitos pesquisadores em todo o mundo têm demonstrado o potencial que os bebês possuem já ao nascer. Afirmam que as crianças não são páginas em branco que esperam ter seu destino escrito apenas pela educação que receberão.

Mesmo aqueles que não são muito otimistas quanto a esse potencial colocam seu entendimento de que as habilidades humanas instintivas podem ser moldadas por uma educação eficaz. Richard Dawkins (2001), em seu famoso livro O gene egoísta, deixa clara sua convicção de que, apesar de um olhar pessimista sobre a genética humana, ela é passível de modificações durante a evolução das pessoas, chegando a afirmar que é uma “falácia” a suposição de que características herdadas geneticamente são fixas e inalteráveis. Segundo ele nós não estamos fadados a obedecer às instruções de nossos genes por toda nossa vida.

Por outro lado, estudos recentes mostram que as características genéticas do ser humano talvez não devam ser interpretadas pelas nossas convicções de adultos. Ou, por uma outra corrente, essas características possam ser modificadas no próprio gene por gerações sucessivas que, ampliando seu nível de consciência, registrem esses novos comportamentos evolutivos no nosso código genético. Assim, jamais podemos enxergar as crianças como páginas em branco.

O psicólogo Paul Bloom, da Universidade de Yale (EUA), mostra que bebês e crianças muito pequenas já tentam ajudar as crianças que sofrem, oferecendo comida ou um brinquedo quando elas choram. Mesmo quando veem adultos em dificuldades, as crianças tentam ajudar. Assim, há evidências de um enorme potencial de habilidades amorosas e altruístas nos bebês que precisam ser transformadas em competências emocionais no dia a dia.

“Alike” é uma animação de curta-metragem dirigida por Daniel Martínez Lara e Rafa Cano Méndez. Numa história que revive o cotidiano de muitos de nós, Copi é um pai que busca educar seu filho Paste nos mesmos padrões em que foi educado. Mas, será esse o caminho adequado?

2 comentários

  1. Marcia-Reply
    22 de agosto de 2017 at 17:16

    Taí….uma excelente reflexão para nós educadores..Onde queremos chegar reproduzindo um modelo de educação ultrapassado? como queremos que nossos alunos sintam prazer em aprender se nós mesmos estamos perdidos sem saber como usar as mídias a nosso favor? Como competir com aparelhos cada vez mais modernos e coloridos quando o que temos é giz e saliva?
    O que devemos mudar para alcançar os objetivos e tornar mais prazeroso e criativo o complexo mundo do aprender e ensinar?
    Na maioria das vezes sinto um enorme vazio….um fosso mesmo, entre a aprendizagem significativa e o que nós fazemos dentro das instituições de ensino…

    • Paulo Roberto-Reply
      22 de agosto de 2017 at 17:49

      Olá Márcia! Obrigado pelo comentário!
      A ideia deste site é exatamente refletirmos juntos a educação do século XXI. Estamos reunindo várias experiências exitosas no Brasil (e são muitas!) para que os professores busquem transformar sua realidade de acordo com as características locais. Uma dessas experiências é o Projeto Âncora, em Cotia (www.projetoancora.org.br). Precisamos encorajar os professores e restabelecer a motivação para essa transformação.
      Um abraço!

      Paulo Roberto

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