Numa manhã qualquer eu assistia, com meu filho de três anos, a um desenho animado onde um dos personagens, uma criança de mais ou menos cinco anos, vestiu-se de mágico e saiu pelo jardim fazendo “mágicas”. Com ele havia uma senhora que estava cuidando do jardim e que o ajudou a plantar algumas mudas de flores. Ao terminar de plantar as mudas, o menino ergueu sua varinha mágica e disse: “Cresçam flores!”. E nada aconteceu. Ele repetiu o comando, fazendo um movimento mais amplo com sua varinha. Nada aconteceu. Desolado, o menino olhou para a mulher e perguntou: “Porque elas não cresceram? Minha mágica não funcionou?”. Sorrindo, a senhora que cuidava do jardim disse: “Sua mágica funcionou sim. Só que no mundo das plantas a mágica demora mais tempo pra acontecer… é só esperar…”.
Naquele momento entendi que as mágicas do Universo não levam o tempo que queremos para acontecer. E, por isso, não reconhecemos que tudo ao nosso redor é fruto de uma mágica que temos dificuldade de entender. Mas é só uma questão de tempo que não é o da ansiedade humana.
Vivemos correndo atrás do tempo e, a cada dia, parece que ele escorre entre nossos dedos. Perdemos sua relação com as leis do Universo. O medo de não termos tempo para fazer o que queremos, acelera nossas emoções e frustra nossas expectativas. Podemos acelerá-lo em nossa realidade, mas não podemos mudá-lo na Natureza. O tempo é uma criação da mente humana e, muitas vezes ele nos confunde. Ao esperar um telefonema de alguém que amamos, um minuto parece uma eternidade.
Os dez minutos finais de um jogo de futebol em que nosso time está ganhando por um gol de diferença parecem não passar. Mas, para o adversário que está perdendo, parecem estar voando.
O Homem criou o tempo e o tempo o engoliu. Criou as horas e se perdeu nos minutos. Criou os minutos para morrer em cada segundo…
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