Câmara 11: Mestre Pescador
Um pescador solitário, ao recolher certo dia sua rede, nela encontrou uma garrafa de bronze com uma rolha de chumbo. Ainda que o aspecto da garrafa fosse muito diferente das que estava acostumado a encontrar no mar, pensou que pudesse conter alguma coisa valiosa. E como a pesca naquele dia não fora boa, no pior dos casos poderia vender a garrafa a quem negociasse com metais usados. Seu exterior era brilhante, uma obra de arte.
– Pode ser que aí dentro haja diamantes…- murmurou o pescador e destampou a garrafa.
O pescador percebeu um tênue fio de fumaça saindo da garrafa, que pouco a pouco se adensou até formar um torvelinho. Assumiu então a aparência de um ser enorme e ameaçador, que lhe disse com voz de trovão:
– Sou o Chefe dos Gênios. Fui aprisionado por ordem de Salomão contra o qual me rebelei, e agora vou destruir você!
Aterrorizado, o pescador arrojou-se sobre a areia e gritou:
– Vai destruir aquele que lhe devolveu a liberdade?
– Eu o farei, sem dúvida – retrucou o gênio, – pois a rebelião faz parte da minha natureza e a destruição é a minha vontade.
O pescador compreendeu muito bem que, além de não tirar proveito de sua inoportuna pescaria, provavelmente seria destroçado sem nenhuma razão plausível a seu ver. Mas, ao fitar a rolha, de repente uma ideia lhe veio à mente.
– Você nunca poderia ter saído dessa garrafa, pois ela é muito pequena. Você não caberia nela.
– Que diz? Duvida por acaso da palavra do Chefe dos Gênios? – bradou a aparição, logo se dissolvendo em forma de fumaça e retornando ao interior da garrafa.
Mais que depressa, o pescador tampou a garrafa e lançou-a novamente às profundezas do oceano.
História Sufi
Contando histórias – Literatura viva
Qual a importância da arte de contar histórias para ensinantes em qualquer nível da educação? Você já viu um bebê parar de chorar ao ouvir uma história? Já vivenciou uma balburdia de crianças pequenas ser serenada quando alguém as convida para ouvir um conto infantil? E qual a importância de uma literatura viva, encenada, declamada, cantada ou contada pelos próprios alunos?
Todos adoramos ouvir histórias, sejam elas reais ou imaginadas, alegres ou tristes, desde que bem contadas. Veja o sucesso que um bom contador de piadas faz em seu meio. Mas, tornar-se um bom contador de histórias exige muito treino e um arsenal de contos capaz de dar aos educadores ou educadoras um enorme potencial de ressignificação de um contexto. Uma boa história, bem escolhida, vale mais do que repreensões ou conselhos.
Nesta câmara traremos dicas de como aprimorar essa competência absolutamente fundamental a quem se propõe a passar algum conhecimento ou a fazer refletir.
As Câmaras
As Câmaras representam bem o aprendizado de competências, pois priorizam a prática como forma de incorporação de conhecimento. Neste nosso espaço, esperamos que as reflexões redundem em uma nova forma de agir, a ser colocada em prática no tatame diário da escola. Cada tema terá uma Câmara específica e um ou mais responsáveis por ela. Assim, clique no botão BLOG e você será levado a um templo de aprendizagem continuada que, esperamos, seja útil para o seu aperfeiçoamento como um Mestre na formação de cidadãos conscientes e felizes.